sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Obstrução de calçadas preocupa SMTT

:: Por Tanuza Oliveira

Não é novidade para nenhum sergipano que há muito o trânsito de pedestres é um problema tanto para o poder público quanto para a população. São congestionamentos, acidentes, atropelamentos e infrações de todos os tipos. E uma das questões mais preocupantes, sem dúvida alguma, é a das calçadas. Um espaço público, tratado como privado.

Diante dos muitos problemas gerados com a obstrução dos passeios públicos, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito – SMTT – criou a campanha ‘Calçada Livre’. Trata-se de uma iniciativa do órgão, em prática desde abril de 2007, que visa a sensibilizar a população sergipana quanto à necessidade de liberação das calçadas, facilitando a mobilidade de pessoas com capacidade física reduzida, idosas, obesas e todas aquelas com deficiência.

Mas passados dois anos, os problemas continuam os mesmos: as calçadas continuam obstruídas e as pessoas, obviamente, tendo dificuldades de transitar num espaço que é delas de direito. Para o criador do Movimento Calçada Livre, Ricardo D'Moraes, projetista de Arquitetura e presidente do MCL, essa realidade é uma vergonha, e a população tem uma grande parcela de culpa. “O povo não tem consciência. É muito desobediente”, afirma.

Segundo Rita Luz, psicóloga que integra a equipe de Educação para o Trânsito da SMTT, o órgão tem feito a sua parte. “Desde que lançamos a Campanha, ela não parou. Muito pelo contrário. Temos feito muito em defesa da calçada livre, porque sabemos que se o pedestre tiver como transitar, ele não vai para a rua e não sofrerá nenhum tipo de acidente”, assegura ela.

A preocupação da Superintendência tem causa. De acordo com Rita, o número de atropelamentos é muito grande e cresce cada vez mais. “A primeira causa mortis é por atropelamento. A segunda é decorrente de alta velocidade”, revela. Segundo a psicóloga, esse número seria bem menor caso as pessoas, principalmente crianças, idosos e portadores de deficiência, tivessem onde transitar seguramente.

AÇÕES

A Campanha ‘Calçada Livre’ é um viés de uma campanha maior da SMTT, a ‘A Vida Vale Mais’, que promove ações para propiciar um trânsito mais seguro. No que compete à desobstrução de calçadas, Rita Luz afirma que há a equipe de educação para o trânsito, que faz um trabalho de orientação, de conscientização junto às escolas públicas e particulares, universidades e alguns órgãos. E há também uma equipe de fiscalização, integrada por agentes. “Esse outro grupo tem o poder de autuar aqueles que estão infringindo a lei”, enfatiza. Destaque-se que esses agentes podem aplicar multas em quem estiver impedindo a passagem pelas calçadas.

De acordo com Rita, todos os dias há alguns grupos distribuídos pela cidade. “As equipes se intercalam e percorrem os bairros de Aracaju. O alvo são lugares com um trânsito mais agressivo, como as avenidas Barão de Maruim, Pedro Calazans, Francisco Porto”, explica. Segundo ela, um dos agravantes da situação são os estabelecimentos comerciais, que fazem da calçada, uma extensão do comércio. Ela lembra que nestes casos, infelizmente, a equipe não pode aplicar multa – por enquanto.

Rita explica ainda que a SMTT entrou em contato com a Empresa Municipal de Obras e Urbanização – Emurb – para conseguir uma forma de puni-los. “Quando compramos uma cama para nossa casa, é porque temos onde colocá-la. Então, esses empresários devem oferecer um lugar para seus clientes estacionarem sem prejudicar o trânsito nas calçadas”, opina ela.

Além disso, há a questão da faixa de pedestres, invisível para alguns motoristas. “Não respeitar a faixa de pedestres é uma infração gravíssima. São sete pontos na carteira e é muito perigoso para os andantes. De acordo com Rita, todas essas infrações são observadas pelas equipes e são uma injustiça para com os pedestres.

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