sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Construtora sergipana não cumpre prazos e contratos

Os proprietários de um determinado empreendimento localizado na av. Anísio Azevedo, no bairro Jardins, estão descontentes com o descumprimento de algumas cláusulas contratuais por parte da construtora responsável. O imóvel que deveria ser entregue nesse mês de outubro, está com as obras atrasadas e não há previsão exata da conclusão do prédio. Os trabalhadores do local não estão autorizados a falar e a construtora afirma que tudo está correndo dentro dos prazos estabelecidos. Mas não é o que contam os irmãos S. e H. A. (que preferem não se identificar), que compraram dois apartamentos no local.

Os primeiros problemas surgiram recentemente, dois anos após a compra, “descobri que meu nome estava restrito por causa de uma parcela em atraso, sendo que já estava paga, inclusive antes do vencimento, o setor financeiro da empresa nunca entrou em contato comigo”, diz S., que é advogado. Isso foi só o começo. Seu irmão, o médico H. A., teve que se ausentar várias vezes do trabalho para discutir o pagamento dos juros de uma parcela que não foi enviada (nem para seu irmão), “eles queriam que eu pagasse com correção de dois anos, quase o dobro da parcela real”, conta. E os boletos atrasaram várias vezes. Mais dor de cabeça, já que os canais de atendimento do estabelecimento deixavam a desejar, “não retornavam as ligações, o site da empresa não dispunha de retirada de segunda via, quando conseguíamos falar, as solicitações não eram prontamente atendidas”, completam.

No lançamento do condomínio de alto luxo, prazos elásticos e condições surpreendentes de pagamento, a promessa de um clube privativo com mais de 30 opções de lazer servidos com champanhe e canapés. Tudo era festa. Sucesso de vendas nas primeiras semanas e até lista de espera. Mal sabiam os candidatos os contratempos que iriam enfrentar.

Foram oferecidos aos futuros proprietários três opções de kits de acabamento, composto de pisos, azulejos, revestimentos, torneiras, entre outros. Os kits variavam de R$ 17.000,00 a R$ 27.000,00. S. optou pelo kit mais caro. No contrato, as soleiras (divisórias entre ambientes de pedra) tinham uma determinada espessura, que a construtora não cumpriu. Ao invés de colocar as soleiras especificadas no contrato, usou filamentos para dividir os ambientes, alegando ter sido um erro dos responsáveis pelo serviço. Em troca, ofereceram como desculpas um Box simples para o menor banheiro. O mais curioso é que o pequeno “deslize” ocorreu em todos os apartamentos. Além do mais, um Box é mais barato que uma soleira. Coincidência¿
Preocupados, os irmãos resolveram agendar uma visita ao local para verificar se havia outros erros. Felizmente só uma parede torta, que prometeram consertar. Também terão que trocar as soleiras e quebrar o piso. H.A. brinca: “no dia que fomos ver o apartamento, a fiscal da obra disse que os elevadores estavam em manutenção, se não queríamos agendar outro dia, fiz questão de subir 12 andares e, para baixo já diz o ditado...” Para S., o atraso na entrega vai lhe custar ainda mais caro, pois está de casamento marcado e terá que morar de aluguel.

A construtora também não dá desconto se o proprietário quiser pagar à vista. E ainda quer impor o banco para financiamento do imóvel, sem deixar o cliente à vontade para tratar com o banco de sua preferência.

Não é tão simples realizar o sonho da casa própria. É preciso ficar atento aos termos e condições oferecidos pelas imobiliárias, realizar os pagamentos em dia e sempre que tiver dúvidas consultar um especialista. Dessa forma, é possível assegurar uma compra tranqüila.

Infra-estrutura comprometida
Outro empreendimento de alto padrão da mesma construtora, localizado na av. Beira Mar, no bairro 13 de Julho, apresentou sérios problemas na infra-estrutura. Pouco tempo depois de sua inauguração a laje do prédio caiu devido às fortes chuvas em Aracaju. O edifício de quase um milhão de reais apresentou uma rachadura em toda sua extensão. Um funcionário que prefere não se identificar é motorista da empresa e conta que foram vários dias para retirar os entulhos do local, “os carros utilizados eram veículos de pequeno porte, para não chamar atenção, dois veículos estão completamente danificados e com problemas na suspensão devido ao peso do concreto”, diz.

Ao questionar funcionários de outros setores da empresa sobre o ocorrido, risos e claro, um discurso pronto: “isso nunca aconteceu”. Os moradores do imponente prédio também não querem falar sobre o assunto. Temem a desvalorização do imóvel e que isso provoque um escândalo no setor imobiliário.

Renata Ribeiro Mattos

Um comentário:

  1. Renata lembre-se do que a profa disse, que os parágrafos tem que ter em média 5 linhas.

    Maise Rocha

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