sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Acidentes em piscinas são graves e frequentes

Falta de manutenção de equipamentos e cuidado dos responsáveis são os principais motivos. Fique atento

Por: Tanuza Oliveira

Dia de sol, calor estafante, crianças prontas para gastar aquela típica energia – aparentemente inesgotável – e uma piscina para compor o cenário. Parece um sonho, mas poderia ser um pesadelo. Isso porque toda a alegria pode em instantes se transformar numa tragédia. Foi o que quase aconteceu com uma menina de 3 anos, em Miami, na Flórida. A criança teve o braço sugado pela saída do filtro de água e quase se afogou. Bombeiros tiveram que esvaziar a piscina e depois quebrar o concreto para soltá-la.

Aqui no Brasil esse tipo de caso também é frequente. E preocupa. Um dos mais graves foi o que aconteceu em 1998 e levou ao coma uma menina de 8 anos. O acidente também foi causado por um dispositivo de sucção que puxou os cabelos dela. Casos como este levaram autoridades e população a ter uma nova postura diante da falta de estrutura de muitas piscinas e das negligências que envolvem tais acontecimentos. Hoje, existe uma preocupação grande em relação à segurança na piscina, que pode ir desde um modelo de escada resistente até a instalação de drenos de fundo.

Um dos grandes erros é a localização destes dispositivos e suas dimensões. Mas a qualidade destes artigos também é fundamental, segundo Cláudio Gomes, funcionário de uma loja especializada nesse tipo de produto. “Os dispositivos devem ser de boa procedência. Os melhores possíveis, porque podem rachar, quebrar e provocar graves acidentes”, aconselha ele.

Para Cláudio, o grande problema é o poder de sucção que têm estes dispositivos. “Eles sugam mesmo, podem puxar cabelos e até memb ros”, enfatiza. Por isso, o essencial é que esse poder seja dividido. Que haja, pelo menos, dois dispositivos de sucção. É o que exige a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – em sua norma n° 10.339. “É preciso cumprir as normas da ABNT. É um passo fundamental para evitar esses acidentes. Essa norma visa a dividir a força destes equipamentos”, argumenta.

Um destes dispositivos pode ser o dreno de fundo (ralo da piscina), e o outro um skimmer, que é um acessório instalado diretamente no sistema de aspiração para eliminar sujeira e, consequentemente, impedir entupimentos. Esse procedimento evitará que o poder de sucção se encontre em um único local, diminuindo sua força e os riscos para banhistas – crianças ou não.

Destaque-se que todas essas orientações não surtirão efeito se a manutenção dos equipamentos não for feita. O simples fato de a tampa de um ralo de fundo estar solta pode causar acidentes gr aves.

REGULAMENTAÇÃO

Em virtude do trágico acidente com a menina que está há mais de dez anos em coma, o vereador Gilberto Wachtler, da cidade de Santo André, no Estado de São Paulo, apresentou Projeto de Lei que torna obrigatório a utilização da norma da ABNT 10.339 para a construção de piscinas no município. O objetivo é torná-las mais seguras, evitando acidentes por sucção pelo ralo de fundo. O Projeto do vereador, de número 171/2009, foi protocolado em 25 de junho deste ano. Família e sociedade esperam que seja aprovado.

Em Sergipe, não existe nenhuma lei que regulamente os cuidados com as piscinas, no que diz respeito à segurança para evitar acidentes como os que ocorreram nos Estados Unidos e em São Paulo. Por aqui, não se tem notícia, inclusive, de acidentes desse porte. De qualquer forma, não se deve esquecer que, quando se fala de criança, todo cuidado é pouco. Portanto, fique atento.

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