sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Alunos se revoltam com pichações no prédio da UFS

:: Por Dayze Lima

Os alunos da Universidade Federal de Sergipe, UFS, estão contrariados com a atitude tomada por alguns colegas durante essa semana. É que inconformados com o sistema de cotas adotado pela instituição, um grupo de estudantes da instituição decidiu manifestar o desagrado através de pichações com teor racista e nazista nos prédios da Universidade.

Em meio às várias frases escritas com dizeres racistas, a que mais chama a atenção, não só discrimina os alunos egressos da UFS em virtude das cotas étnicas, como também os ameaça diretamente. “Vamos dar porrada em vocês, seus macacos fedorentos. Lugar de preto é na senzala”. Essa é uma das frases pichadas pelo grupo.

Segundo a estudante do 4º período de Química, Thaís Souza, as expressões utilizadas por estes alunos, afetam a todos. “Estamos chocados com a atitude tomada pelo grupo. O que mais assusta são as ameaças feitas às pessoas que estudam aqui através do sistema de cotas e a forma com que eles se referem a estas pessoas”, diz a estudante inconformada.

O estudante do curso de Engenharia de Produção, Brian Barreto, não pensa diferente. Ele acredita que o grupo deveria ter procurado outros meios para expressar suas opiniões. “É inadmissível que um grupo de alunos possa constranger outros dessa maneira. Existem diversas formas de se manifestar ideologias. Essa atitude foi insana”, frisa.

A autoria das pichações ainda é desconhecida, mas especula-se que o protesto seja uma união de pessoas ligadas aos cursos de Medicina, Odontologia, Direito, Geografia e História. Para Brian, quando os possíveis agressores forem descobertos, devem ser punidos. “Acredito que a denúncia de agressão já deve ter sido feita pela Universidade e que a atitude tomada por estes alunos não será abafada, mesmo as suspeitas dos possíveis agressores, caindo sobre estudantes da classe média e alta”, acrescenta.

INVESTIGAÇÃO

Segundo o professor de Educação física da instituição, Antônio César Cabral, o caso já está sendo investigado pela Polícia Federal e o maior objetivo da UFS, no momento, é identificar os possíveis agressores. “Todos os procedimentos já foram tomados pela Universidade para que os vândalos sejam encontrados. O caso está sendo resolvido junto à Polícia Federal e sem dúvida alguma a lei será aplicada”, esclarece.

O professor acrescenta que a atitude tomada pelos alunos não deve ser vista com ingenuidade e que a sociedade precisa estar atenta a este problema. “Não é possível que possamos conviver com pessoas tão preconceituosas quanto estes estudantes que ainda acreditam que negros, índios e homossexuais não têm direito à educação e ao crescimento pessoal. A sociedade precisa se atentar a esta problemática”, diz o professor.

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